Quando há uns 5 ou 7 anos eu tinha aqui uma anoneira a precisar de ser transplantada, com pena de a deitar para o lixo, telefonei a uma amiga a perguntar se ela a queria levar lá para a quinta.
"Terreno é coisa que aqui não falta! Traz lá isso a ver se se dá aqui."- respondeu ela.
E foi assim que ela ganhou uma anoneira .
Mas, nesse dia, eu deixei uma árvore de fruto e trouxe um arbusto que ela tinha num vaso, carregado de umas belas flores amarelas.
Junto ao cale do arbusto vinha um tronquinho verde com meia dúzia de folhitas.
Disse o meu marido: " em troca levo uma gingeira"...
Por isso, naquele dia eu aumentei o meu espólio do jardim e do quintal.
A gingeira deu-se bem com a mudança. Cresceu a olhos vistos. O arbusto é a alegria das vespas e dos zangãos.
O mesmo não aconteceu à anoneira dela: Paz à sua alma!
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O ano passado, a tal gingeira, carregou de frutos.
Vermelhos escuros, em cachos, sobressaindo entre a folhagem verde. Era um regalo para a vista e a alegria dos pardais da zona.
Experimentei-as. Nem sequer eram azedas. Percebi então porque a passarada fazia da árvore recreio.
E se bem o pensei melhor o fiz...
Este ano vamos ter ginginha!
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Agora, quase um ano passado, posso dizer que é "um líquido fabuloso!
Apanhadas as ginjas, lavei-as, sequei-as bem e retirei-lhes os pés.
Coloquei-as numa garrafa de boca larga.
Juntei um pau de canela.
1/2 pacote de açúcar mascavado por cada garrafa.
Enchi quase até cima com aguardente bem forte ( cravei ao meu pai uma aguardente bem forte da sua lavra)
Guardei num armário bem escuro. Todos os dias virava a garrafa para o açúcar desfazer bem. Passados cerca de 2 meses , além de apenas misturar bem o conteúdo, deixava-a ficar uma vez com a boca para cima e na vez seguinte, virada ao contrário.
Passado quase um ano o açúcar está completamente diluído e óptima para beber.
Mas.... cuidado com ela!
Eram 2 garrafas...
E neste ventoso Domingo, como não tinha projectos para sair, decidi fazer um bolo de chocolate logo pela manhã.
A seguir ao almoço ,toca o telefone.
Queriam desencaminhar-nos para uma ida aos pastéis de Belém.
Depois de uma breve conversa, a decisão foi tomada: apareçam cá em casa pois vamos experimentar uma coisa.
E como para nós, todos os jantares de amigos são de festa (porque a verdadeira amizade hoje em dia merece ser comemorada)...
Fui novamente para a cozinha...
E um simples bolo para a família teve, a partir desse momento, direito a ser devidamente produzido: uma fácil e rápida cobertura de chocolate com natas e enfeitado com morangos e fisális do meu quintal.
E esta história acabou da melhor forma: num bolinho de chocolate e...ginga com elas.
Boa semana para quem me lê.
4 comentários:
Ginja é uma maravilha, apesar de me fazer mal à barriga :) Esse bolo também ficou com bom aspecto!
Ora onde é mesmo que tu moras para te ir visitar nas férias e provar a ginginha?! EH eh eh
Bjs
Aiiii se eu não fosse alergica ao chocolate......já estava ai a bater à porta....parece delicioso.
Fico-me portanto pela ginginha, sai uma para a mesa do canto...
Eheheheh
É tão bom receber os amigos, com um docinho fabuloso, assim vão aparecer de certeza mais vezes...e não será só pela boa companhia....tou a brincar...
beijinhos
Alda
E desta deliciosa forma se honrou este sentimento tão nobre que é a Amizade!
beijinho.
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